terça-feira, 7 de abril de 2015

Ultima companhia...


Não me brindes mais 
Com o peso desmesurado da tua gratidão
Corrompendo-me a alma,
Já se arrasta em mim
O sangue pungente da tua dor
O mero odor
Dos aromas da tua terra molhada
Tão cheia de nada
Tão farta de tudo…
Já não me iludo!
Não carregues mais
O fardo do remorso
Deixa as tuas culpas no berço
Embala-as ao som da tua ira
E a sombra que derramas cairá
Diante dos teus olhos
Desaguando no rio das tuas lágrimas
Regando as flores amarguradas
Por ti abandonadas,
Enquanto rezavas de joelhos
Sobre esta pedra fria
Minha infindável morada
Tão triste e vazia
Onde ainda quente
Abandonaste as lembranças
Do meu corpo presente
E deixaste-me o teu arrependimento
Como ultima companhia.…