sábado, 7 de junho de 2014

Balada da perdição

Não mais me levanto
sem recolher as minhas lágrimas!
E faço delas meu o manto,
adormecendo sem noite fechada...

Teço com elas o meu rosário,
Só tem contas de pedra
só tem perdas para contar
toda uma vida de faz-de-conta.

Minha alma está de joelhos,
minhas mãos tocando o céu,
encontro meu velho rosto no espelho
derramando vontades de juventude,
Apenas sagacidade
reflectindo no vazio dos meus olhos
aquela saudade de me ser novamente
quase me assalta o coração.

Já me edifiquei de orgulho
hoje só me restam paredes nuas
e as sombras que a memória deixou ficar
Perder também é caminho
Ganhar, é estar próximo da salvação
e que outra salvação terei
senão aquela que Deus quiser
Senão aquela que o destino deixar?

E que o destino me delegue de novo a ti
Talvez o teu inferno me devolva o que vida roubou
E que Deus deixe que seja eterno
Como é eterna a presença da minha solidão. 





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