sábado, 15 de fevereiro de 2014

Atravessar-(te)

Atravessei-te, como se atravessam mares. Uma verdadeira ironia do destino. E julgam os mais incautos não ser possível navegar-se em alma de gente. Não só em alma. Quando a alma toda se esvazia de pudores, todo o corpo transborda. E eu, tal como as águas bravias do leito de um rio, desaguei na ondulação do teu peito.
Atravessaste-me, como se atravessam tempestades. Com o mesmo toque arrebatador dos ventos e a mesma leveza da brisa, baloiçando nos meus cabelos. E quase te sinto renascer dentro de mim. E as minhas mãos adormeceram nas tuas... e quase morremos os dois.
Atravessaste-me e ficaste. Atravessei-te e permaneci. 



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