sábado, 28 de dezembro de 2013

Um passado vestido de futuro presente

E na nudez das minhas palavras
Eu te dedico o meu passado 
E tudo o que serei no futuro
Embrulhado na dádiva do presente
Aquele sentimento fugaz.
Não serei mais eu
Depois de me esvaziar em ti.
Minha boca não mais
Irá proferir tais versos
De natureza fria e calculada
Esperando ir de encontro
Ao calor do teu peito.
Nunca, um outro segredo
Fora então revelado
De outra forma tão vazia
Nem tão cheia de tudo
O que eu esperava que fosses
Nem eu mais me reconheço.
Haverá sempre um antes de ti
Mas depois de ti
A fronteira quebra-se no tempo
Mil pedaços de estrada
Mil espinhos de rosas abandonadas
Mil cacos de mim reflectindo a tua ausência.
Não minto mais…
Muitas palavras já se lançaram ao vento
Não tardo mais…
Vou partir enquanto há tempo
Enquanto me permites encontrar-te.
E se em cada esquina do mundo
For capaz de rever-te
Então que parem os segundos
Não contem mais a ganância das horas
Eu apenas pergunto:
Porque tanto demoras?
Não sei se respondes
Mas quem cala consente
E Acredito que me queres, piamente
Desde a primeira vez em que me viste.
Não digas nada…
Apenas sente,
Se a boca cala
Quando é o coração quem fala
Quando os olhos não suportam mais a dor
Sente-me, mas sente de verdade
Descobre-te aqui, no reflexo do meu amor.
Então chora, se valeu a espera
Não penes mais, implora
E o passado será chaga
E o futuro será agora
E o presente?
Fico à espera que mo ofereças
De corpo e de mente. 




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