Era fria,
calculava cada passo que dava,
na esperança de nunca se partir
em duas metades.
Moldava-se,
por entre os estilhaços
dos vidros quebrados
em seu redor.
Escondia suas fraquezas
demorando-se na sombra
aninhando-se no colo
da sua velha mascara.
Esguia,
dobrando-se aos seus próprios desejos
duvidava da segurança das muralhas
erguidas por si
que sempre acabavam derramadas aos seus pés.
Cansada,
de sofrer, de erguer-se
num triunfo que não lhe pertencia
acabava morrendo
às mãos de quem não queria
E agora?
o que sobrou da velha mascara?
Sobrou de herança
a espezinhada esperança
e um rosto lavado em lágrimas
mostrando o verdadeiro olhar
de um coração partido em duas metades.
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