A verdade está escondida nos teus olhos
presa na ponta da tua língua
apenas fervendo no meu sangue
reflectindo neste espelho gelado
o mesmo rosto de sempre.
Como possuir o que não nos pertence?
como decifrar códigos invioláveis?
como observar sem temer?
sem se perder?
Apenas vazios.
encontrados deste lado do espelho
adormecidos e acordados
no mesmo reflexo
de mares por descobrir.
Degrau a degrau
se descobre o caminho do céu
mas mesmo assim não consigo tocar-te
talvez mores do outro lado do meu espelho
talvez o teu reflexo conheça o meu
noutro mundo que não este
noutro espaço que não o nosso.
Pedaços de mim
desenhados neste espelho d'água
sombras de ti
presas em cada traço
deste reflexo
disperso em tudo o que vejo
algo que me pode sufocar
mas que eu quero
que seja verdade.
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