segunda-feira, 1 de abril de 2013

Sinais de fumo

Mantos de névoa 
Cobrem todo o meu ser
Desde que deixei de ser
Aquilo que sempre fui
Procuro respostas
No meio do nevoeiro
Tudo o que vejo
São sinais de fumo.

Já não vejo
A luz que me acordava
Todas as manhas
Já não tenho
O teu abraço vestido de verão
Já não estas aqui
Deixaste-me apenas
Um rasto de sinais de fumo.

Não sei o que fazer
Com as lágrimas que choro
Não sei se as calo
Não sei se as adoro
Elas ateiam a paixão
Que ainda sinto por ti
Revelam toda a minha fragilidade
Toda a imponência deixada
Um dia numa velha fogueira
E hoje só restam
Breves sinais de fumo.

Sinais vestidos de mágoa
Revelam o quão frágil nós somos
Acabamos por guardar
Apenas aquilo que devíamos esquecer
Por capricho de recordar
Aquilo que nos faz sofrer
Uma e outra vez a chuva vai cair
Como lágrimas de uma estrela
E tudo o que vou encontrar
É um manto de sinais de fumo.


(imagem do Google)




Sem comentários:

Enviar um comentário