sexta-feira, 26 de abril de 2013

O monte dos vendavais

Lá fora correm os ventos uivantes
não partem sem varrer as injurias
não ficam sem quebrar as almas frias
não calam sem romper toda a erva daninha
que cresce no cimo dos montes.

Quem sabe quantas dores
se escondem naqueles campos bravios
quantos foram os mares sofridos
derramados no chão
debaixo da imponência das nuvens
que cobrem a terra
no lugar onde nunca pára de chover.

Quantas lágrimas de orgulho
rasgaram almas feridas de amor
quanta raiva alimentou a sede de vingança
quanta destruição deixaram de herança
para os que viriam a nascer?

Debaixo da terra dormem
aqueles que a ira do vento levou
mas em longas noites frias
almas penadas regressam
batendo sofregamente
nos vidros das janelas
implorando guarida
na sua derradeira morada.

Já muitos anos passaram
mas nem a dureza do tempo
ousou interromper tal ciclo vicioso
e hoje, restam apenas as ruínas
habitadas por fantasmas
manchadas por almas incuráveis
errando, gemendo e chorando
e ao longe o vento ainda uiva
assombrando o monte dos vendavais.



(imagem do Google)

poema inspirado no livro " O Monte dos Vendavais" de Emily Brontë 
uma historia de que gosto bastante e que voltei a reler recentemente.



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