quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Salvar Portugal



Pais de navegadores
Lugar de origens e bravos pescadores
Outrora descobriste o mundo
Hoje és quase um vagabundo.

Passeias tua sombra numa Europa fria
Que te coloca o jugo dos medos
Deixa-te a alma vazia
De cultura, de arte,
Sem eira nem beira
Inflama a tua economia
Só pensa em tortura-te.

Sacanas de ar engravatado
Ensinam ao teu povo o caminho do calvário
Que de olhos postos no vazio
Estendem as mãos calejadas
Sem nada que as faça viver,
Apenas a fome e a vontade de se erguer.

Já não têm sonhos, nem destinos
Já não calam as vozes dos meninos
Que famintos gritam por pão
Mas que ninguém ouve, ninguém vê
Agarram-se apenas à oração
Na esperança que Deus ampare
O que a economia não conseguiu salvar.

Povo que caminha na sala dos passos perdidos
Mesmo à porta das vontades dos “doutores”
Que ditam as leis ao jeito dos “senhores”
Entregando ao povo a suas dores
Sem qualquer argumento, nem explicação
Apenas um sorriso na cara de ladrão.

Enquanto a indignação passeia nas ruas
Chovem as dividas, os impostos
Caem as criticas, nascem os desalentos
O mundo observa de olhares atentos
Mas rapidamente calam, esquecem,
Não tomam as dores que não são suas.

Ninguém aqui quer ser coitado
Queremos apenas nos livrar do pecado
Carregamos um fardo demasiado pesado
O povo não quer ser crucificado.

Não foi nossa a fortuna
Que se perdeu por onde ninguém sabe
Queremos apenas justiça,  recuperar a dignidade.

Não precisamos de submarinos, nem tanques de guerra
Já conquistamos o mundo e derrotamos quimeras
Não alinhamos em batalhas de sangue manchadas
Somos nobres de espírito não precisamos de espadas

Se foram nossos os cravos de Abril
Que nos deixem lutar em alta voz
Que até Afonso Henriques olhe por nós
Não nos falhem os hinos de liberdade
Conquistada a custo, de pulso firme e sem maldade.

Queremos recuperar o orgulho da nação
Levantar bem alto a bandeira e as quinas que trazemos ao peito
Não nos tirem o chão, não nos tirem o pão
Que este pedaço de terra é nosso por direito
Foi presente de Deus, e ninguém nos pode tirar
Nem o francês, nem o alemão
Nem os colonos do ultramar…

Não queremos ser vendidos a retalho
Não somos cartas fora do baralho
Não queremos que nos tirem o sal
Só queremos SALVAR PORTUGAL.


(Imagem do Google)


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