quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Habitas-me



Podia dizer que era alma sem casa
O coração teimava em bater descompassado
Acabava por sangrar sem mesmo ser trespassado
Até que toda a mágoa se esgotasse.

Enquanto o peito se esvaía em dor
A mesma alma tentava criar asas
Voar para longe, encontrar novas moradas
Novos encantos para renascer.

E apareceste tu.

Deixaste que minha alma se aninhasse na tua
Fizeste de teus braços verdadeiras fortalezas
Meu coração, remendaste com laços de amor
E, queimaste toda a minha dor num mar de delicadezas.

Meu peito mendigo abrigou-te por completo
Sem súplicas, sem receios
Sem dúvidas de que o amanha pudesse não chegar
E o silêncio brindou-nos com o beijo apenas do olhar.

Então, tu habitaste-me
Transformaste todo o teu ser na minha morada
Percorreste todas as ruas da minha silhueta
Todos os recantos da minha mente
Sem pedir licença, cada toque denunciava a tua presença.

Deixei que exorcizasses todos os meus fantasmas
Com cada abraço apertado
E um simples beijo teu, despertava toda a minha primavera
Num desejo tão grande que só cessava contigo a meu lado.

Não havia lugar a escrituras
Nem a provas banais
Eras tu a minha morada
E eu a tua, e nada mais.

Habitas-me de corpo e de mente
Assim como eu habito em ti
A cada gesto, a cada palavra, verdadeiramente.
Não precisamos mais de paredes, nem de telhados
O meu corpo é a tua casa
E no teu peito bate o meu mundo.


(Imagem do Google)



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