domingo, 2 de dezembro de 2012

( entre parêntesis) # crónica nº 1


este pequeno espaço foi criado apenas para ser palco de algumas crónicas "criativas". Pensamentos, pequenos episódios protagonizados por personagens fictícias. qualquer semelhança com a realidade é pura imaginação, mas que não deixam de ter o seu "Q" de realidade, inspirado num qualquer quotidiano vivido ou observado.


OLÁ TUDO BEM?

   Eu devia escrever. Devia fazer um esforço para galgar as barreiras da imaginação. Mas sempre que o tento fazer perco-me. Há sempre algo que me puxa, que me amarra a ti. Como posso eu escrever sem falar de mim, de ti, de nós?
  Nem o bom senso me aclara as ideias. Falar de nós é pura ilusão, falar de mim tornou-se monótono, falar de ti tornou-se rotina. E a monotonia da rotina não passa de uma ilusão.
  Na verdade, és o meu único assunto. Assaltas-me a memória constantemente. Nem as minhas leituras respeitas. Mesmo quando viro a página na esperança que novas personagens do enredo me captem a atenção, consegues sempre ser a inevitável figura central da acção.
E, de repente é como se a trama ficasse suspensa. Não ata nem desata. Ficou presa numa conversa que começa sempre da mesma maneira, o típico: " Olá tudo bem?"
  Custa-me sempre a despedida. Não gosto de pontos finais. Gosto daquela sensação de  história inacabada que as reticencias oferecem. Porque?
Porque amanha há sempre um novo capitulo para escrever, uma nova conversa, um típico: "olá, tudo bem?"...

1 comentário:

  1. Revejo-me de uma forma inseparável em na maioria das palavras... Acho que esse domínio repleto de uma enorme vazio me faz pensar em mudar cada vez mais.... :)

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