terça-feira, 20 de novembro de 2012

Meninos, Príncipes do nada



Ouvem-se as sirenes
Ecos perdidos
Que outrora foram alegria
E hoje são gemidos

Vagueiam pelas ruas
Almas sem rosto
Espelhos da desgraça
Reflectem a dureza de uma vida sem gosto

Crianças de infância perdida
Que procuram alento nos braços dos escombros
E saciam a fome no meio da poeira
Pinguinhos de gente sem eira nem beira
Sem sonho nem fronteira

O barulho das armas
Calou a suas memórias
Ceifou-lhes os pais
Entregou suas amarras à vida madrasta
Meu Deus, tanto sofrimento. Basta!

Difícil é ter uma mão vazia
E outra cheia de quase nada
Triste é caminhar na calçada fria
Descalço, beijando a madrugada.

Gritos soam como balas
Lágrimas queimam como o fogo
Mas já nada acalma seus pequenos corações
Que se aninham no colo do abismo
E adormecem de baixo das trevas.

Príncipes sem castelo
Habitam os jardins da amargura
Desvendam Caminhos devastados
Reinos dos senhores da guerra
Perderam a fé, os mal amados.

Mas ainda se vislumbra em seu olhar
Uma réstia de esperança
Notas de uma bem-aventurança
Um futuro para conciliar.

Seus tristes sorrisos ferem mais que a espada
Mendigam carinho
São 5 reis de gente, os homens do amanha
Trazem coragem em mãos pequeninas
Ontem crianças felizes, hoje príncipes do nada.


(Imagem do Google)



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